sexta-feira, 28 de abril de 2017

Slide - Apostila MB 7 - Igreja - Capítulo 6

Paz de Jesus irmãos e irmãs!
Que Deus nos abençoe e nos ajude a sermos comprometidos com nossa missão de leigos!

Iniciando nosso último capítulo da apostila de Igreja, a sétima apostila do Módulo Básico da RCC, falemos agora do 'Leigo Comprometido', a maior parte do Povo de Deus que também atua ativamente e de várias maneiras dentro da Igreja.


1 O LEIGO - Este comprometimento surgiu após o Concílio Vaticano II, que alterou decisivamente a forma de ver o leigo, como nos diz a Constituição Dogmática Lumen Gentium 30:
 "Os sagrados pastores reconhecem perfeitamente quanto os leigos contribuem para o bem de toda a Igreja... O seu (dos pastores) excelso múnus é apascentar os fiéis e reconhecer-lhes os serviços e os carismas, de tal maneira que todos, a seu modo, cooperem unanimemente na tarefa comum".
Chamamos de leigos os membros do povo de Deus que não sejam ordenados ou do estado religiosos que são incorporados à Cristo pelo Batismo. Ele é chamado a procurar o reino de Deus e vivê-lo nos mais diversos serviços e funções para o crescimento e continuidade da caminhada da Igreja, afinal, toda atividade do leigo deve estar intimamente comprometida com o Evangelho.

2 A PARTICIPAÇÃO DOS LEIGOS - O cristão leigo consciente de seu papel deve, dentro de sua realidade, descobrir os mais diversos meios para desenvolver o trabalho de expansão do Reino de Deus nos mais diversos meios onde vive e atua, uma vez que o Evangelho não pode e nem deve ser desvinculado da realidade e da vida. Viver isto é colocar em prática o tríplice múnus que recebemos por ocasião do nosso batismo: sacerdócio, profeta e rei.

2.1 - No Múnus Sacerdotal de Cristo - Todas as nossas ações, onde quer que estejamos e o que estivermos fazendo (trabalhando, estudando, etc.) se forem feitas em sintonia com o Espírito Santo, se tornam oferendas agradáveis a Deus. Como diz a Apostolicam Actuositatem 2:
"Pela regeneração e para a unção do Espírito Santo, os batizados consagram-se para serem edifício espiritual e sacerdócio santo".
Porém, por mais bem formados que sejam e por mais engajados que sejam os homens e as mulheres leigos, deve-se ter sempre claro a diferença do sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial dos ministros ordenados para que, como vimos na apostila 6 do módulo básico, Liderança em Serviço na RCC, evitemos o erro do paraclericalismo.


2.2 - No Múnus Profético de Cristo - Todos nós batizados somos profetas nos méritos de Jesus, e como tal o nosso dever é anunciar a Boa Nova da salvação que é o próprio Cristo, vivo e ressuscitado. Devemos fazê-lo sem temor até que todo o mundo o conheça, desenvolvendo nossa missão profética através da evangelização.
"A missão de anunciar a Palavra de Deus é dever de todos os discípulos de Jesus Cristo em consequência do seu batismo."
Bento XVI, Exortação Apostólica Verbum Domini, 94

2.3 - No Múnus Régio de Cristo - Nós batizados vivemos a esperança de reinar com Jesus nos seus méritos, vivendo uma vida santa. Também somos chamados a colaborar com os nossos pastores no serviço da comunidade eclesial, exercendo os mais diversos ministérios para o crescimento e vida dessa comunidade, em conformidade com os dons que o Espírito Santo concede a cada um de nós de acordo com a sua vontade.

É importante conhecermos nossos direitos e deveres, pois quando temos esta ciência nosso trabalho se torna mais útil e proveitoso para a própria Igreja e todos ganham com isso.

2.4 - No Exercício do Apostolado - O exercício do apostolado leigo só é possível na prática constante da fé, esperança e caridade, em outras palavras, exige que ele seja antes de tudo um 'Amigo de Deus', afinal este apostolado só será fecundo se estiver intimamente ligado com Jesus Cristo.

Nossa missão como leigos é a mesma da Igreja: ser sal na terra e luz no mundo. Portanto não podemos ter comportamentos diferentes em cada situação de nossa vida, dentro da Igreja e em nossa vida civil. Dessa vivência consciente o apostolado dos leigos completa-se mutuamente com o ministério pastoral da Igreja.

3 O AGIR FUNDAMENTADO - Cada vez mais evidentemente podemos perceber a necessidade de uma formação sólida e abrangente do povo de Deus para favorecer a maturação dos católicos nos diversos aspectos de sua vida: doutrinal, apostólico, social, espiritual e humano.
"Percebe-se, então, com urgência, a necessidade de um anúncio forte e de uma sólida e profunda formação cristã. Como é grande, hoje, a necessidade de personalidades cristãs amadurecidas, conscientes da própria identidade batismal, da própria vocação e missão na Igreja e no mundo".
Christifideles Laici, 57
Porém, temos que ter um cuidado, principalmente nós formadores e formadoras. A formação não pode ser confundida com a transmissão de conteúdo nem com uma ação educativa acadêmica, intelectualizada, na tentativa de nivelar leigos e clérigos. Ela é tanto mais eficaz quanto for mais aberta a ação de Deus e quanto mais rica em testemunho, embora não possamos de forma alguma prescindir as técnicas e os conhecimentos humanos. A isso nós chamamos de tripé de uma boa pregação/ formação.

É responsabilidade do movimento formar seus membros e, consequentemente, cabe a nós formadores da RCC formarmos os membros de nosso movimento. A formação precisa:

a) Ser programada e sistemática, não apenas ocasional;
b) Ligar o aspecto antropológico e o teológico;
c) Ser orientada para formar transformadores sociais;
d) Ser integrada tendo como base os problemas e perguntas dos leigos, para oferecer-lhes resposta de como ser uma presença cristã no mundo;
e) Desenvolver a capacidade de comunicação e de diálogo;
f) Ser diversificada, adaptada as funções e situações dos cristãos leigos.

Falando a RCC, São João Paulo II vai dizer na Conferência Mundial da RCC em 1998:
"Vocês pertencem a um movimento eclesial: a palavra eclesial implica numa tarefa precisa de formação cristã, envolvendo uma profunda convergência de fé e vida. A fé entusiástica, que dá vida às suas comunidades deve ser acompanhada por uma formação cristã que seja abrangente e fiel ao ensinamento da igreja. De uma formação sólida surgirá uma espiritualidade profundamente enraizada nas fontes da vida cristã e capaz de responder às perguntas cruciais colocadas pela cultura de nossos dias".

5 CONCLUSÃO

Glória a Deus! Terminamos mais uma apostila do Módulo Básico e como estou empolgado com a participação de todos vocês no blog. Nosso próximo passo é terminarmos o Módulo Básico fazendo os resumos e os slides de Doutrina Social da Igreja. Porém, já penso no que faremos após esta apostila. O que vocês acham? Qual material vocês gostariam de ver em seguida?

a) Formação Humana;
b) Formação de Formadores;
c) Explicação dos encontros da Fase Querigmática;
d) Formação de Coordenadores;
e) Formação de Ciclo Carismático de Oração.

Por favor, opinem nos comentários para que possamos orar e preparar nossos próximos passos, juntos!

Um grande abraço a todos!
"Se tem o dom de ensinar, que ensine!"


segunda-feira, 24 de abril de 2017

Slide - Apostila MB 7 - Igreja - Capítulo 5

Paz de Jesus irmãos e irmãs!
Que Deus nos abençoe e nos ensine a viver os sacramentos!

Indo agora para o nosso quinto capítulo da apostila do módulo básico 'IGREJA', vamos agora falar sobre 'A Economia Sacramental', assunto já abordado na apostila 'Santidade' (não viu? Clique aqui). Por isto, faremos de forma breve este ensino mas não deixando nada de importante faltar, combinado?

Precisamos ter sempre em mente 4 características fundamentais:
1 - É um sinal sensível, ou seja, podemos perceber pelos sentidos;
2 - É sinal sensível de outro sinal de outra realidade (graça);
3 - Foram instituídos pelo próprio Jesus Cristo, na sua vida terrena;
4 - Tem eficácia sobrenatural para produzir a graça para quem o recebe.


1 A GRAÇA - Os Sacramentos concedem a graça santificante. Graça quer dizer que gratuitamente somos colocados diante da misericórdia, consolo, amizade, do belo, enfim, diante do próprio Deus.

Deus, em sua infinita misericórdia, nos concede a salvação em Jesus Cristo, porém isto requer de nós duas atitudes: crer no Salvador e viver pelo Salvador. Porém para que possamos viver na graça precisamos romper com nossos impulsos naturais e concupiscência e isto não conseguimos sozinhos. Precisamos do auxílio de Deus para vivermos em Deus. Este auxílio gratuito de Deus para vencermos o nosso natural e alcançarmos o fim sobrenatural que Deus nos chama damos o nome de graça.



A graça é alcançada não por nossos méritos, mas pelos de Cristo, em sua Paixão, Morte e Ressurreição. Pode ser:
a) Habitual ou Santificante - Dom permanente que fica inerente à alma. Recebemos pelos sacramentos e vai aumentando a medida que o recebemos, porém, mesmo ficando inerente devido ao pecado mortal, pode ser recuperada pelo sacramento da Penitência.

Pela graça santificante temos os nossos pecados perdoados e retomamos a nossa semelhança e imagem com Deus. Produz também em nossas almas a vida sobrenatural, a vida em Deus e comunica este mérito sobrenatural aos nossos atos.

Para que os efeitos acima aconteçam em nossa vida, é necessário que estejamos primeiramente em estado de graça, longe do pecado mortal. Além disso, nossa atitude precisa ser de reta intenção e de livre e espontânea vontade.

b) Atual - Dom transitório que depende de alguma faculdade da alma. Também chamamos de graça de estado, quando Deus nos confia a graça em determinado momento para vencermos uma situação, como as tentações, defesa da fé católica, evangelização, orar uns pelos outros, etc. Está intimamente ligada a graça santificante.

2 A LITURGIA - É uma manifestação pública em que os homens se reúnem para prestar culto a Deus. Sendo um memorial da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, os homens se exprimem por meio de gestos, enquanto o Rito é marcado por sinais que foram inclusos não arbitrariamente, mas conforme o discernimento da Igreja. Portanto, o Rito Litúrgico é eclesial e não particular, pertence a todos e não ao indivíduo.

3 OS SACRAMENTOS DA IGREJA - Como já aprofundamos no estudo dos Sacramentos na apostila de Santidade, preferi listar abaixo os pontos importantes sobre os 7 Sacramentos da Igreja. Reforço que o assunto é tratado em 1 das 4 partes do Catecismo da Igreja Católica e de forma alguma este post liquida ou define o assunto. Aprofunde você também lendo sobre a Doutrina dos Sacramentos.


SACRAMENTO
MATÉRIA
FORMA
SUJEITO
MINISTRO
EFEITOS
BATISMO
Água Natural
“<Nome do Batizando>, eu te batizo em Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”
Toda pessoa viva e não batizada
O bispo, sacerdote ou diácono (extraordinariamente qualquer batizado)
Justificação;
Graça Sacramental;
Imprime caráter;
Remissão das penas devidas do pecado.
CONFIRMAÇÃO
Unção do Crisma e imposição das mãos
“Eu te marco com o Sinal da Cruz e te confirmo com o Crisma da Salvação, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.”
“<Nome do crismando>, por este sinal, recebe o Espírito Santo, dom de Deus”
Toda pessoa viva, batizada e que não tenha recebido a Confirmação
O Bispo (extraordinariamente um sacerdote por ele delegado)
Aumento da Graça Santificante;
Graça Sacramental;
Imprime caráter;

EUCARISTIA
Pão Ázimo e vinho da videira
“Tomai todos e comei: isto é o Meu Corpo que será entregue por vós. Tomai todos e bebei: isto é o Meu Sangue, o sangue da nova e eterna aliança que será derramado por vós e por todos para a remissão dos pecados. Fazei isto em memória de mim.”
Todo batizado que esteja em estado de graça e ter a intenção reta de procurar a união com Deus
Sacerdote Ordenado
Aumento da Graça santificante;
Graça Sacramental;
Perdão dos pecados veniais;
Herança da vida eterna.
PENITÊNCIA
Atos do penitente
“Eu te absolvo dos teus pecados, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.
Todo batizado que tenha cometido pecado venial ou mortal após o batismo.
Sacerdote Ordenado
Infunde a Graça Santificante perdida por meio do pecado mortal;
Perdão de todos os pecados;
Restituição das virtudes e méritos.
UNÇÃO DOS ENFERMOS
Óleo de Oliva abençoado na Quinta-feira Santa pelo Bispo (extraordinariamente, pelo ministro no ato do sacramento)
“Por esta Santa Unção e pela sua piíssima misericórdia, o Senhor venha com teu auxílio com a graça do Espírito Santo, para que, liberto dos teus pecados, ele te salve e, na Sua bondade, alivie os teus sofrimentos”.
Todo batizado que atingiu o uso de sua razão, que se encontre doente ou em risco de vida.
Sacerdote Ordenado
Aumento da Graça Santificante;
Graça Sacramental específica;
Saúde física quando conveniente a salvação da alma;
Perdão dos Pecados veniais e remissão das penas do Purgatório;
Perdão dos pecados mortais, indiretamente quando não for possível administrar a Penitência.
ORDEM
Imposição das Mãos
Oração Consacratória conforme o grau hierárquico
Batizado do sexo masculino, vocacionado, em estado de graça, idade prevista no CDC, cartas dimissórias e ciência suficiente.
Bispo
Caráter indelével;
Poder sobrenatural;
Graça Sacramental;
Aumento da Graça Santificante.
MATRIMÔNIO
Os noivos e suas palavras pronunciadas
Aceitação mútua manifestada exteriormente
Qualquer batizado, com gozo da razão e sem qualquer impedimento
Os próprios noivos, sendo o ministro da Igreja a testemunha qualificada
Aumento da Graça Santificante;
Graça Sacramental.

4 CONCLUSÃO

Nossa Igreja é riquíssima e nossa Doutrina maravilhosa. Como é bom aprofundar nestes temas.


No próximo capítulo falaremos do papel do leigo na Igreja e finalizaremos nossa penúltima apostila do Módulo Básico de Formação. Você não pode ficar de fora desta!!! E não se esqueça: seja um propagador do Processo Formativo da RCC, um verdadeiro guardião da identidade!

Um grande abraço a todos!
"Se tem o dom de ensinar, que ensine!"

 

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Slide - Apostila MB 7 - Igreja - Capítulo 4

Paz de Jesus irmãos e irmãs!
Que Deus nos abençoe e nos ajude a vivermos como irmãos!

Iniciando nosso quarto capítulo da apostila 7 do módulo básico, IGREJA, falemos agora sobre a 'estrutura e organização da Igreja', da nossa Igreja, inspirada e guiada pelo próprio Senhor.

Podemos acompanhar pela Palavra que o próprio Jesus instituiu a Igreja e a confiou a autoridade de Pedro e dos demais apóstolos, conforme o Evangelho de São Mateus. Em Atos dos Apóstolos presenciamos também que, devido a necessidade, foram constituídos o serviço da diaconia através escolha de 7 homens de boa reputação e cheios do Espírito Santo.

Abaixo segue um cântico usado em muitas Santas Missas, principalmente em Ordenações, que mostra a força a Esposa Imaculado do Cordeiro Imaculado. Fique com ele ao longo desta postagem.


1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA: ASPECTOS GERAIS - Nos primeiros séculos, no ano 330 o imperador Constantino se converteu dando liberdade de culto aos cristãos. Após isso a Igreja ao invés de perseguida passou a ser apoiada e muitos nobres, por testamento ou por ingresso na vida monástica, doavam seus bens a Igreja e esta foi acumulando um considerável "Patrimônio de São Pedro".

Em 756, o pai de Carlos Magno, Pepino o Breve, após derrotar os lombardos, confirmou o Papa sobre a posse deste patrimônio.

Em 800, Carlos Magno foi coroado pelo Papa Leão III imperador do Império Romano. O mesmo reconhecia o Estado Pontifício que durou de 756 a 1870, quando foi invadido e dominado por Vítor Emanuel II, que despojou 2/3 de seu território.

De 1870 a 1929 foi um período de grande tensão entre a Igreja e o governo italiano, tendo fim em 11 de fevereiro de 1929, quando foi assinado o Tratado de Latrão, que deu autonomia ao Papa e reconhecendo sua soberania absoluta sobre a cidade do Vaticano e alguns prédios e Basílicas de Roma, sendo formado assim o menos Estado independente do mundo com 0,44 km².

Apesar da minúscula área, este território permite a Igreja manter sua independência e liberdade frente a qualquer poder terrestre.

2 A IGREJA UNIVERSAL -

a) O Vaticano - A Igreja tem, no âmbito universal, a sua sede na Cidade Estado do Vaticano tendo
como chefe a figura do Papa, como lei a Lei Fundamental da Cidade do Vaticano e se faz reger pelo Código de Direito Canônico.

b) O Papa - A partir do Concílio Vaticano II, ficou definido que só pode votar e ser votado no Conclave os membros do colégio cardinalício e, por sua vez, para ser um cardeal necessariamente precisa ser um bispo. Enquanto o Conclave não elege um novo Papa, a Cathedra de Pedro fica vacante, o que chamados de "Sé Vacante". Portanto, o Papa é o bispo de Roma e, por sua vez, um cardeal, sendo que o título de cardeal é apenas honorífico, não definindo nenhum grau de hierarquia.

Foi definido ainda por Paulo VI que a idade máxima para participar do Conclave é de 80 anos, mesmo a idade máxima para um bispo estar a frente de uma diocese ser de 75 anos.

c) Colégio dos Bispos - Marcado por uma relação de união e não de submissão, o Colégio Universal dos Bispos é formado por todos os bispos do mundo em unidade com o Bispo de Roma e exerce seu poder sobre toda a Igreja e de modo solene no Concílio Ecumênico.


d) O Sínodo dos Bispos - A reunião dos bispos em uma assembleia dá-se o nome de Sínodo e é realizado para promover o estreitamento e a união de todos ou para tratar de algum assunto específico.

e) A Cúria Romana - Envolve os órgãos da administração da Igreja, ou os Dicasterios, como a Secretaria do Estado, as Congregações, os Tribunais, os Conselhos e os Ofícios.

f) A Sé Apostólica ou Santa Sé - É o nome dado a cúpula administrativa da Igreja que envolve o Papa, a Secretaria de Estado, o Conselho para Negócios Públicos bem como os demais organismos da Cúria Romana.

g) Os Legados do Romano Pontífice - Por ser um Estado Independente, a Igreja mantém representação diplomática em vários países. Também se faz presente através dos Legados Papais que são pessoas nomeadas diretamente pelo Papa para em seu nome praticar atos determinados por este.

3 IGREJAS PARTICULARES -
a) No período da Igreja Primitiva o Império Romano usava o termos "diocese" para se referir a regiões administrativas. Hoje utilizamos este termo para designar um território sob a responsabilidade pastoral de um bispo, responsável por administrar os Sacramentos, preservar, divulgar e proteger a Sagrada Doutrina junto a multidão dos fiéis que nela residem.

b) Os Bispos - Sucessores diretos dos apóstolos e pastores da Igreja com o múnus de ensinar e governar em comunhão com os demais bispos e o bispo de Roma.

Eles são escolhidos diretamente pelo Papa ou este aprova e confirma sua eleição. Para ordenar um bispo é necessário pelo menos mais 2 outros bispos.

Por unidade com o Papa, cada bispo precisa se apresentar pelo menos 1 vez a cada 5 anos para a "visita ad limina".

c) Entidades que Congregam Igrejas Particulares - Uma Província Eclesiástica ou Região Eclesiástica é o nome que se dá a unidade das dioceses próximas para promover a ação pastoral comum e estimular as relações entre os bispos.

Em geral, a sede da Província Eclesiástica é chamada de Arquidiocese e o seu Bispo de Arcebispo metropolitano. As demais dioceses que a compõe são chamadas de sufragâneas e seus bispos de sufragâneos. Normalmente, na Arquidiocese que se encontra o tribunal eclesiástico.

Além das províncias, encontramos também as Conferências dos Bispos, que é a união de bispos de um território ou país que se unem em caráter permanente para exercerem em conjunto as funções pastorais pelo território que atuam.

A CNBB surgiu em 1952 e é hoje uma das conferências com estrutura mais desenvolvida do mundo e, para melhor desempenhar sua função, achou por bem dividir o território em 17 regiões.

d) Da Organização Interna das Igrejas Particulares - As Dioceses também possuem estruturas similares as da Santa Sé e da Cúria Romana:

- O Sínodo Diocesano: Uma assembleia de sacerdotes e de outros fiéis da Igreja particular escolhidos para auxiliar o Bispo diocesano para o bem de toda a diocese;

- A Cúria Diocesana: É o organismo responsável pela administração da diocese, sendo formado pelo Vigário Geral (auxilia o bispo no governo diocesano), Chanceler (responsável por redigir, despachar e arquivar os atos da cúria), Conselho Econômico (presidido pelo Bispo e responsável pelos assuntos econômicos da diocese) e o Ecônomo (perito em economia e insigne por sua probidade);

- Outros Organismos da Diocese: temos o Conselho Presbiterial (um grupo de padres que representam o presbitério e auxiliam o Bispo no governo da diocese), o Colégio dos Consultores (alguns sacerdotes membros do Conselho Presbiterial e escolhidos pelo Bispo para consulta) e o Conselho Pastoral (formado por fieis em plena comunhão com a Igreja Católica).

- A Paróquia: É a menor fração territorial da diocese, administrada por um Pároco (um presbítero) que exerce sua função sacerdotal e administrativa em nome do bispo, além de administrar os sacramentos.
Entre os organismos paroquiais temos: O Conselho Pastoral (formado por fiéis que auxiliam o pároco na ação pastoral da Paróquia, é apenas consultivo e segue as normas do Bispo diocesano) e o Conselho Econômico (formado por fiéis que auxiliam o pároco na administração dos bens materiais da Paróquia e segue as normas do Bispo diocesano).

4 CONCLUSÃO

Como é bom conhecer mais da nossa Igreja quanta graça e quanta bênção o Senhor tem feito em nossas vidas através desta apostila do módulo básico. Que pena que tão poucas pessoas a conhecem.

Quero te convidar a divulgar esta apostila e todo o processo formativo da RCC para seus irmãos de grupo de oração. Deus quer se mostrar a cada um! Espero vocês no próximo capítulo e até lá!

Um grande abraço a todos!
"Se tem o dom de ensinar, que ensine!"



domingo, 16 de abril de 2017

Slide - Apostila MB 7 - Igreja - Capítulo 3

Paz de Jesus irmãos e irmãs!
Que Deus nos abençoe e nos ajude a sermos Igreja neste novo milênio!

Após um vasto capítulo estudando a história da Igreja, desde os tempos apostólicos até a idade Moderna, entremos agora na reta final, analisando "a Igreja no século XX e início do novo milênio". Apesar de ser um período de avanços, também foi um período de muito sofrimento, uma vez que junto com as pessoas a Igreja enfrentou as 2 Guerras Mundiais. Vamos aprofundar neste período.

1 O PERÍODO DAS GUERRAS MUNDIAIS - Tivemos 5 papas desde o início do século XX até o fim da Segunda Guerra Mundial, cada um com seus desafios a serem enfrentados:

a) O Papa Leão XIII (1878-1903) - O Papa conciliador, que conseguiu acalmar e resolver boa parte dos problemas existentes na Igreja, sendo conhecido também como o "Papa das encíclicas sociais", pois escreveu a primeira encíclica social da Igreja, Rerum Novarum. Escreveu também em 1884 a encíclica Humanun Genus, sobre a maçonaria, denunciando-a como uma seita inimiga do reino de Deus.

Outro ponto importante que estudamos em IDENTIDADE DA RCC é que o Papa Leão XIII foi o destinatário das 13 cartas escritas pela hoje Beata Elena Guerra sobre o Espírito Santo. Fruto desta correspondência são 3 documentos sobre o Espírito Santo:
1 - O Breve Provida Matris Charitate (1895) - onde convida a rezarem a Novena de Pentecostes;
2 - A Encíclica Divinum Illud Múnus (1897) - primeira Encíclica sobre o Espírito Santo;
3 - Carta aos Bispos Ad Fovendum in Cristiano Populo - em que reforça as recomendações anteriores.

O Século XX teve início com a consagração do mundo ao Sagrado Coração de Jesus e com a invocação do Espírito Santo através com canto gregoriano do século IX, Veni Creator.

b) O Papa Pio X (1903-1914) - atentou-se para uma renovação religiosa e a defesa contra erros.

c) O Papa Bento XV (1914-1922) - O seu papado ocupou-se principalmente da resistência a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Também preocupou-se com a necessidade de alterar os métodos missionários.

d) O Papa Pio XI ( 1922-1939) - Num mundo marcado pelo fim de uma guerra e a eminência de outra, busca através de seu pontificado "a paz de Cristo no Reino de Cristo". Institui a festa de Cristo Rei para e dá um novo impulso as missões. Em 1929 a Igreja recebe a soberania da Cidade do Vaticano através do Tratado de Latrão, assinado entre a Santa Sé e o governo italiano.

O período pós e pré guerra trouxe alguns governos totalitários, como o Nazismo Alemão, o Fascismo Italiano e o Bolchevismo Marxista. Estes governos eram marcados por uma cultura totalmente ateísta e um total desprezo pela dignidade humana. Apesar de alguns acusarem a Igreja de ser permissiva com estes governos a mesma sempre os condenou abertamente, podendo citar a Encíclica Mit Brennender Sorge, onde condenava o caráter anticristão destes governos.

Com a derrota do Fascismo e do Nazismo na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o Comunismo pode avançar livremente pela Europa.

e) O Papa Pio XII (1939-1958) - Marcado pela Segunda Guerra Mundial, pela opressão do Nazismo e pelo avanço do Comunismo, seu papado foi de intensa articulação. Escreveu cartas aos governantes europeus buscando uma solução pacífica ao conflito, fazendo isso até publicamente através de vários apelos a paz mundial. Apesar de manter a Santa Sé afastada de todo o conflito deu asilo a mais de 5000 judeus durante toda a perseguição nazista.

Em 1942, consagrou o mundo ao Imaculado Coração de Maria e em 1950 proclama o Dogma da Assunção de Maria aos céus de corpo e alma.

Em 1952 a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) é organizada e em 1955 é realizada a primeira Conferência Episcopal Latino Americana (CELAM) no Rio de Janeiro.

2 JOÃO XXIII E O CONCÍLIO VATICANO II - Falemos agora dos nossos últimos 6 Papas:

a) O Papa de Transição - Dito como um papa apenas de transição para esperar que surgisse alguém mais preparado para assumir a cathedra de Pedro, é eleito João XXIII (1958-1963). Realmente um papa de transição, uma transição que revigorou a Igreja de tal forma que até os dias de hoje podemos beber de suas consequências.

b) O Estilo de João XXIII - João cativou o mundo com sua bondade humana e sua preocupação de pastor, com encíclicas como Mater et Magistra, sobre a questão social e econômica, e Pacem in Terris, sobre os direitos humanos e principalmente com a convocação do Concílio Vaticano II através da Constituição Apostólica Humanae Salutis, inaugurado em 11 de outubro de 1962 e encerrado em 07 de dezembro de 1965 por seu sucessor Paulo VI.

c) O Concílio e seus Documentos - Num mundo cercado de incertezas, a Igreja quer ser o farol e responder aos nossos questionamentos. Reformulando o modo de pensar e de agir de leigos e do clero, o Concílio foi realmente uma resposta de Deus ao clamor de João XXIII em sua oração de abertura do mesmo.
"Repita-se deste modo, na família cristã, o espetáculo dos apóstolos em Jerusalém, depois da ascensão de Jesus aos céus, quando a Igreja nascente se viu toda unida em comunhão de pensamento e de preces com Pedro e ao redor de Pedro, pastor dos cordeiros e das ovelhas. E digne-se o divino Espírito ouvir da maneira mais consoladora a oração que todos os dias sobe de todos os recantos da terra: 'Renova em nossa época os prodígios, como em novo Pentecostes; e concede que a Igreja santa, reunida em unânime e constante oração junto a Maria, Mãe de Jesus e guiada por Pedro, difunda o reino do divino Salvador, que é reino da verdade, de justiça, de amor e de paz. Amém!"
d) O Concílio como Novo Pentecostes - As principais característica do Concílio como um novo de Deus foram:
- Uma nova concepção da Igreja como comunidade, inserida no mundo a serviço do Reino;
- A superação da concepção entre Igrejas da cristandade e Igrejas das missões, pelo reencontro da consciência de uma Igreja toda e sempre missionária;
- A consciência mais clara de que a Igreja não é só a hierarquia, mas todo o Povo de Deus;
- A redescoberta da Igreja Particular ou local, como realização viva e característica da Igreja Universal;
- A atenção de uma nova linguagem catequético-litúrgica;
- A valorização do mundo e das realidades terrestres e o reconhecimento de sua justa autonomia;
- A abertura ao ecumenismo e ao diálogo com as religiões e culturas.

e) O Papa Paulo VI (1963-1978) - Foi o Papa que continuou a maior parte do Concílio Vaticano II e em 1968 elaborou o chamado "Credo do Povo de Deus" para coibir abusos no seio da Igreja Pós-conciliar.

Paulo VI foi o primeiro papa a viajar amplamente pelo mundo procurando diálogo com cristãos e não-cristãos, sendo chamado de o Papa Peregrino. Através de sua Encíclica Humanae Vitae combateu os métodos contraceptivos e o controle de natalidade.

Colocou a Igreja em marcha missionária através de sua exortação apostólica Evangelii Nuntiandi, onde exortou que a missão evangelizadora é um dever para a Igreja, visto que a salvação dos homens que está em causa.

f) O Papa João Paulo I (1978-1978) - O Papa Sorriso, como ficou conhecido, teve um pontificado de 26/08/1978 a 28/09/1978 pois morreu repentinamente nos aposentos papais.

g) O Papa João Paulo II (1978-2005) - Pelo seu carisma e habilidade para lidar com os meios de comunicação, suas mais de 100 viagens apostólicas, seu diálogo inter religioso, do diálogo com os jovens, é considerado o papa mais popular da história.

Podemos destacar entre seus legados a Exortação Apostólica Christifideles Laici (1988) sobre a missão do leigo na Igreja, a Encíclica Redemptoris Missio (1990) onde convoca a todos a missão, a Exortação Apostólica Novo Millenio Ineunte (2001) sobre a posição do missionário da Igreja no início do novo milênio.


h) O Papa Bento XVI (2005-2013) - Profundamente culto e centrado na doutrina e fé católicas, é reconhecido como um dos maiores teólogos dos últimos tempos. Sob o impulso do Espírito Santo, convocou a Igreja a se debruçar sobre a sua Fé, revigorando-a, aprofundando-a e celebrando-a, convocando o Ano da Fé para a Igreja Católica do mundo inteiro através da Carta Apostólica Porta Fidei em comemoração aos 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II.

Em 28 de fevereiro de 2013 renunciou ao pontificado, sendo o Papa Emérito Bento XVI.

i) O Papa Francisco (2013...) - Num Conclave que durou 26 horas, o cardeal Jorge Bergoglio de 76 anos de idade, então Arcebispo de Buenos Aires, Argentina, foi eleito como o primeiro papa latino da história da Igreja. Inspirado por São Francisco de Assis, tem promovido uma criteriosa reforma na Cúria Romana e um grande pontificado baseado na humildade e na misericórdia.


3 A IGREJA NA AMÉRICA LATINA -
a) A Assembléia dos Bispos no Rio de Janeiro - Em 1955 ocorreu a primeira Conferência do Episcopado Latino Americano (CELAM), como uma nova experiência de comunhão entre os Pastores da Igreja na América Latina.

b) As Assembleias em Medellín / Puebla / Santo Domingo - Em 1968 a Assembleia é realizada em Medellín na Colômbia, onde o foco era buscar novas formas de agir e pensar para que o leigo possa cumprir sua missão, com novas experiências de vida comunitária, propondo que as paróquias se organizassem em CEB´s, tomando especial preocupação com a formação de líderes e dirigentes.

Já as Assembleias Episcopais em Puebla (1979) e Santo Domingo (1992) teve foco em tratar sobre o crescimento das seitas.

c) O Desafio das Seitas e o Sincretismo Religioso - Quando falamos em sincretismo estamos falando de uma situação em que tudo é permitido desde que se reconheça alguma divindade, independente se seja o próprio Deus ou um deus qualquer, misturando os aspectos sérios e comprometidos com fanatismos e crendices.

Embora isto demonstre um desejo de Deus, pode-se cair no erro de pensarmos que "tudo é bom desde que se acredite em Deus, toda religião é boa". Não podemos cair neste erro de ver Jesus como espírito de luz e não como o Senhor, o Verbo Encarnado.

Para que possamos vencer esta situação, faz-se urgente que sejamos leigos compromissados em ser testemunhas verdadeiras de Cristo para o mundo. Esta é nossa responsabilidade.

d) A V Conferência em Aparecida - Com o tema "Discípulos e Missionários de Jesus Cristo, para que neles nossos povos tenham vida" ocorreu em 2007 e teve grande foco na alegria de ser discípulo, uma honra. A Igreja nos chama a desinstalar de nossa acomodação e lançarmo-nos a missão, de maneira especial no nosso grupo de oração, um "caloroso espaço de oração comunitária que alimenta o fogo de um ardor incontido (DA 362)".

4 A EXPERIÊNCIA DA RCC - A RCC através da experiência do Grupo de Oração tem sido um passo importante na conquista e conversão de corações angustiados para o Cristo de Deus. Tem auxiliado também inúmeros a criarem raízes em sua fé, evitando caminhos paralelos e conflitantes, como disse São João Paulo II em 1991 a mais de 300 bispos:
"Precisamos ter uma ação mais eficaz contra a ignorância e a carência de doutrina que deixa o povo vulnerável à sedução das seitas".
5 CONCLUSÃO

Após mais este capítulo, terminamos a história da Igreja ao longo dos séculos. No próximo encontro falaremos sobre a "estrutura e organização da Igreja". Vamos para a segunda metade desta apostila tão rica!!!

Um grande abraço a todos!
"Se tem o dom de ensinar, que ensine!"