quarta-feira, 26 de julho de 2017

Slide - Apostila MB 8 - Doutrina Social - Capítulo 2

Paz de Jesus irmãos e irmãs!
Que Deus nos abençoe e nos ajude a compreender a riqueza da DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA!

Estou cada dia mais extasiado pela DSI. Como é lindo entendermos que não temos uma 'igreja comunista' ou uma 'igreja machista' como muito acusam por aí. Após vermos a questão social do Antigo Testamento, marcada por Lei, Justiça e Aliança, vamos agora para 'O Pensamento Social no Novo Testamento'.


1 OS EVANGELHOS - Primeiro, vamos considerar a pessoa de Jesus Cristo, o Filho de Deus que:
a) Se encarnou e estabeleceu sua morada entre nós;
b) Nos revelou quem é Deus, Seu Pai e nosso Pai;
c) Morreu crucificado, doando sua vida por nós;
d) Ressuscitou ao terceiro dia, tornando-se Senhor, sendo reconhecido como Cristo (enviado) e Messias (ungido).

Jesus em hebraico quer dizer "Deus Salva", portanto Aquele que salva o povo dos pecados e instaura Seu Reino definitivamente no meio nós. O reino de Deus pertence aos pobres e aos pequenos, isto é, os que acolherem com o coração humilde o Evangelho.

Jesus sempre compartilhou a vida dos pobres e demonstrou com suas atitudes ensinamentos preciosos:
- Devolvendo a César o que é de de César, demonstra que todos os homens são irmãos e que Javé é o único Senhor;
- Exaltando o exemplo da viúva, demonstra que é mais importante ao homem doar-se do que ter (dinheiro);
- Citando os exploradores das "casas das viúvas", Jesus denuncia a perversão do sistema em que quem governa é o dinheiro e não o Deus Vivo;
- Examinando o templo de Jerusalém, afirma que o serviço a Deus passa pelo serviço ao próximo;
- Afirma que o Reino de Deus é mudança da condição dos pobres resultante da partilha;
- Apesar de não liderar nenhum movimento político, Sua vida e exemplo tem uma dimensão política evidente;
- Vem libertar o homem de ideologias que aprisionam. Ele vem libertar o homem, desatar-lhes as amarras da consciência oprimida, ajudar os homens a caminharem com os próprios pés, tirá-los da opressão.

Podemos perceber que apesar de não promover nenhuma rebelião ou revolução, Jesus mudou totalmente o mundo com Seu exemplo e ensinamentos, principalmente com Sua compaixão para com a multidão. Ele é um rosto compassivo e solidário que reflete na ação social da Igreja de hoje:
"A Igreja na América deve encarnar nas suas iniciativas pastorais a solidariedade da Igreja universal pelos pobres e pelos marginalizados de toda espécie. Sua posição deve compreender a assistência, a promoção, a libertação e a acolhida fraterna. O Objetivo da Igreja é que não haja nenhum marginalizado".
Ecclesia in America, Propositio 73

Podemos também numerar alguns ensinamentos de Jesus em matéria social:


a) Ele se opõe Essência da Lei onde a justiça apenas como observância rigorosa de leis, mas a expressa como justiça, misericórdia e fé;
b) O lugar social (posição) pode deixar o homem insensível a necessidade do próximo;
c) A partilha se torna um dever, embora não se condene a riqueza;
d) A riqueza é má quando afasta o homem de Deus;
e) O dinheiro é bem material que deve ser bem administrado e não sobrepor o valor da pessoa humana;
f) A pobreza e o desapego das riquezas são valorizados;
g) A caridade é repartir o necessário com o irmão, porque é filho e imagem de Deus.

2 OS ATOS DOS APÓSTOLOS - Em Atos 2, 44-45, vemos que os cristãos tinham tudo em comum. A proposta é que livremente cada um colocava o que era seu a disposição de todos, resultando na ausência de necessitados. O pecado de Ananias e Safira foram a mentira e o apego.

3 OS ESCRITOS DE SÃO PAULO - Entre os ensinamentos paulinos, temos:
- O trabalho é necessário e um dever de todos (Ef 4, 28), até foi de Jesus;


- A mulher tem posição de igualdade com o homem;
- A escravidão e o preconceito não devem existir, pois somos irmãos em Cristo (Gl 3, 26-29);
- A coleta é incentivada em favor dos pobres e necessitados;

4 OS ESCRITOS DE SÃO TIAGO E SÃO PEDRO - Por fim, São Tiago valoriza a misericórdia (Tg 1, 27) e exorta a não haver acepção de pessoas (Tg 2, 1-9). São Pedro valoriza a justiça e o bem que é o reto agir diante de Deus (I Pd 3, 12-14. 18 e II Pd 2, 5.21).

Findando o segundo capítulo deste módulo, continuemos pela 'Evolução do Pensamento Social na História da Igreja', chegando até as Encíclicas Sociais. Estou feliz por estarmos juntos nessa jornada. Até o próximo capítulo.

Um grande abraço a todos!
"Se tem o dom de ensinar, que ensine!"



quinta-feira, 20 de julho de 2017

Slide - Apostila MB 8 - Doutrina Social - Capítulo 1

Paz de Jesus irmãos e irmãs!
Que Deus nos abençoe e nos ajude a vivermos Sua Nova e Eterna Aliança!

Estamos na última apostila do Módulo Básico e falaremos num tema de pouco conhecimento da maioria dos leigos: A DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA. Logicamente não esgotaremos aqui o tema mas tentaremos apenas de forma simples e direta apresentá-lo para que, a critério de cada formando, se aprofunde no oceano deste campo e nas Encíclicas sociais dos papas dos últimos tempos.


Primeiro, vamos aqui fazer alguns esclarecimentos preliminares sobre a DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA (DSI).

1 - Destinatários da DSI - O homem.
A missão fundamental de Jesus Cristo é salvar o homem todo e todo o homem, anunciando-lhe o Reino de Deus ontem, hoje e sempre, levando-o a ser participante na história de sua salvação.
A realidade terrestre não será destruída, mas transformada no momento da instauração do Reino definitivo, criando-se novos céus e nova terra onde só reinará a justiça.
Precisamos sempre ter em mente que na Bíblia o homem é um ser único (alma, corpo e espírito), por isso a DSI vem para reconstruir a dignidade de filho de Deus, destruída pelo pecado, em cada pessoa humana.

2 - Conceituação - Segundo Puebla, 472, a Doutrina Social da Igreja "é um conjunto de orientações doutrinais e critérios de ação, os quais têm sua fonte na Sagrada Escritura, na doutrina dos Santos Padres e dos grandes teólogos da Igreja, especialmente Santo Tomás de Aquino, e no Magistério, especialmente dos últimos papas".
"Esta doutrina social tem, pois, um caráter dinâmico e em sua elaboração e aplicação os
leigos hão de ser não passivos executores, mas ativos colaboradores dos pastores, a quem levam sua experiência cristã, sua competência profissional e científica". 
Puebla 473
O objetivo principal da DSI é a dignidade da pessoa humana, imagem de Deus, e a tutela de seus direitos inalienáveis. Sua finalidade é a realização da justiça, promover a libertação total e integral do homem, contribuindo para a construção do Reino de Deus.

3 - Constituição da DSI - é constituída pelos valores evangélicos, a partir da análise da realidade e mediante o desenvolvimento de ações que visem o resgate da dignidade da pessoa humana.
  • Os principais documentos (Encíclicas) sociais são:
  • Rerum Novarum (RN) - Papa Leão XIII, 15/05/1891;
  • Quadragesimo Anno (QA) - Papa Pio XI, 15/05/1931;
  • La Solennitá (LS) - Papa Pio XIII, 1941;
  • Mater et Magistra (MM) - Papa João XXIII, 15/05/1961;
  • Pacem in Terris (PT) - Papa João XXIII, 11/04/1963;
  • Gaudium et Spes (GS) - Concílio Vaticano II, 07/12/1965;
  • Populorum Progressio (PP) - Papa Paulo VI, 26/03/1967;
  • Octogesima Advenies (OA) - Papa Paulo VI, 14/05/1971;
  • Laborem Exercens (LE) - Papa João Paulo II, 14/09/1981;
  • Sollicitudo Rei Socialis (SRS) - Papa João Paulo II, 30/12/1987;
  • Centesimus Annus (CA) - Papa João Paulo II, 01/05/1991;
4 - Os Pilares da DSI - são 6 pilares:
  1. A dignidade inalienável da pessoa humana, excluindo qualquer tipo de discriminação;
  2. A primazia do bem comum;
  3. A destinação universal dos bens, que se destinam a todos os homens;
  4. A primazia do trabalho sobre o capital;
  5. O princípio da subsidiariedade, onde as instâncias superiores devem cuidar das instâncias inferiores;
  6. O princípio da solidariedade.
Agora que já falamos sobre os esclarecimentos iniciais necessários sobre a DSI, falemos agora sobre o capítulo 1 desta apostila, "O Ensino Social no Antigo Testamento".

Ao longo da história, muitos questionamentos levaram ao surgimento de uma reflexão antropológica-bíblica a respeito do homem e do mundo. Entre estes questionamentos podemos citar:


1 - Qual o valor da pessoa humana?
Resposta: O homem saiu de Deus e foi feito a Sua imagem e semelhança.

2 - E o mundo, qual sua origem?
Resposta: O mundo é obra de Deus, conforme afirmam as Escrituras e a Terra é para nós uma morada provisória.

3 - E qual é a posição da mulher em relação ao homem?
Resposta: O homem e a mulher possuem o mesmo princípio vital e são, em pé de igualdade, responsáveis pelo mundo e sua continuidade. (OBS: Ué, mas não acusam a Igreja de machista?).

Podemos perceber então que quem conduz a história da humanidade é Deus e os princípios da DSI estão presentes desde o Antigo Testamento.

1 A LEI E OS PROFETAS - Lei vem do latim legis e é imanente ao homem, revelada pela consciência e se manifesta por meio das nossas ações quando agimos moralmente bem. Através do Antigo Testamento, percebemos que cumpri a Lei era cumprir a justiça, que por sua vez é "recompensada" por Deus (Lv 24, 13).

Os profetas eram quem denunciavam as injustiças dos juízes e dos reis e a opressão dos pobres, prevendo castigos. Com isto, os profetas introduzem uma nova dimensão de justiça:

- Comportar-se reta e justamente;
- Honrar pai e mãe;
- Agir com piedade e caridade;
- Amar ao próximo e perdoar quem nos ofende;
- Viver a justiça de Deus por causa da Aliança com Deus;
- Deus fará justiça aos oprimidos;
- O Messias virá como o Príncipe da Justiça.

2 A ALIANÇA - Aliança é ato ou efeito de aliar-se e vem do hebraico berith, que significa a existência de segurança nas relações. Numa aliança deve haver reciprocidade e gratuidade, além de ser totalmente livre e de ambos os lados, como foi nas principais alianças de Israel com Deus:

- Aliança de Deus com Noé;
- Aliança de Deus com Abrão;
- Aliança de Deus com o povo por meio de Moisés.


Como Deus é fiel, mesmo quando o povo de Israel quebrava a aliança com Deus, Ele a mantinha mediante a Sua Misericórdia e continua a chamar o Seu povo a ser fiel. Biblicamente, o maior nunca rompe a aliança com o menor, pois é uma relação de amor. Isto é demonstrado principalmente com a Nova Aliança firmada no sangue de Cristo por meio de Sua morte expiatória.

3 A JUSTIÇA - Justiça vem do latim justitia e é o dever moral de dar a cada um o que lhe é devido, inclusive entre as pessoas e o Estado e os Estados entre si. Para o Antigo Testamento, Justiça é ser fiel aos preceitos de Deus, o que nos garante:

- Fonte de vida e glória da parte de Deus (Pr 21, 21);
- Exercício das virtudes (Sb 8, 7);
- Santidade (Jr 12, 1);
- Agir moral (Ex 20, 1-21).

Os autores bíblicos do Antigo Testamento usam 3 termos pra indicar justiça:
a) SEDEQ - Justiça moral, cumprimento da lei que visa a realização do bem comum (Ex: pagar impostos, civismo, etc.);
b) MISCHPAT - Justiça jurídica, sentença judicial, sendo uma justiça distributiva (Ex: o direito do pobre  de Dt 10, 18 e Dt 24, 17-22);
c) HESED - Justiça da misericórdia, mais ampla que a justiça e o direito. Envolve o campo material (salário justo) e o espiritual (não injuriar).

A partir da SEDEQ e da HESED surge a JUSTIÇA SOCIAL onde cada um é, de acordo com suas possibilidades, responsável pelo bem comum e pela construção de uma sociedade justa e fraterna.


Esta justiça é um direito natural indispensável da pessoa humana (alimentação, moradia, saúde, educação, etc.) e não deve depender da caridade.

Por fim, devemos sempre lembrar que o direito humano vem de Deus, afinal Jesus é a Justiça do Pai como afirmado em Isaías 61, 1-4.


Com este texto terminamos o primeiro tema da última apostila do Módulo Básico, DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA. Peço desculpas pela demora em retomar os slides, mas pretendemos terminar o módulo básico e o específico de formadores até o fim de 2017. Ore por nós e que o Senhor nos ajude!

No próximo capítulo falaremos do 'Pensamento Social no Novo Testamento'. Te espero lá.

Um grande abraço a todos!
"Se tem o dom de ensinar, que ensine!"

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Slide - Apostila MB 7 - Igreja - Capítulo 6

Paz de Jesus irmãos e irmãs!
Que Deus nos abençoe e nos ajude a sermos comprometidos com nossa missão de leigos!

Iniciando nosso último capítulo da apostila de Igreja, a sétima apostila do Módulo Básico da RCC, falemos agora do 'Leigo Comprometido', a maior parte do Povo de Deus que também atua ativamente e de várias maneiras dentro da Igreja.


1 O LEIGO - Este comprometimento surgiu após o Concílio Vaticano II, que alterou decisivamente a forma de ver o leigo, como nos diz a Constituição Dogmática Lumen Gentium 30:
 "Os sagrados pastores reconhecem perfeitamente quanto os leigos contribuem para o bem de toda a Igreja... O seu (dos pastores) excelso múnus é apascentar os fiéis e reconhecer-lhes os serviços e os carismas, de tal maneira que todos, a seu modo, cooperem unanimemente na tarefa comum".
Chamamos de leigos os membros do povo de Deus que não sejam ordenados ou do estado religiosos que são incorporados à Cristo pelo Batismo. Ele é chamado a procurar o reino de Deus e vivê-lo nos mais diversos serviços e funções para o crescimento e continuidade da caminhada da Igreja, afinal, toda atividade do leigo deve estar intimamente comprometida com o Evangelho.

2 A PARTICIPAÇÃO DOS LEIGOS - O cristão leigo consciente de seu papel deve, dentro de sua realidade, descobrir os mais diversos meios para desenvolver o trabalho de expansão do Reino de Deus nos mais diversos meios onde vive e atua, uma vez que o Evangelho não pode e nem deve ser desvinculado da realidade e da vida. Viver isto é colocar em prática o tríplice múnus que recebemos por ocasião do nosso batismo: sacerdócio, profeta e rei.

2.1 - No Múnus Sacerdotal de Cristo - Todas as nossas ações, onde quer que estejamos e o que estivermos fazendo (trabalhando, estudando, etc.) se forem feitas em sintonia com o Espírito Santo, se tornam oferendas agradáveis a Deus. Como diz a Apostolicam Actuositatem 2:
"Pela regeneração e para a unção do Espírito Santo, os batizados consagram-se para serem edifício espiritual e sacerdócio santo".
Porém, por mais bem formados que sejam e por mais engajados que sejam os homens e as mulheres leigos, deve-se ter sempre claro a diferença do sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial dos ministros ordenados para que, como vimos na apostila 6 do módulo básico, Liderança em Serviço na RCC, evitemos o erro do paraclericalismo.


2.2 - No Múnus Profético de Cristo - Todos nós batizados somos profetas nos méritos de Jesus, e como tal o nosso dever é anunciar a Boa Nova da salvação que é o próprio Cristo, vivo e ressuscitado. Devemos fazê-lo sem temor até que todo o mundo o conheça, desenvolvendo nossa missão profética através da evangelização.
"A missão de anunciar a Palavra de Deus é dever de todos os discípulos de Jesus Cristo em consequência do seu batismo."
Bento XVI, Exortação Apostólica Verbum Domini, 94

2.3 - No Múnus Régio de Cristo - Nós batizados vivemos a esperança de reinar com Jesus nos seus méritos, vivendo uma vida santa. Também somos chamados a colaborar com os nossos pastores no serviço da comunidade eclesial, exercendo os mais diversos ministérios para o crescimento e vida dessa comunidade, em conformidade com os dons que o Espírito Santo concede a cada um de nós de acordo com a sua vontade.

É importante conhecermos nossos direitos e deveres, pois quando temos esta ciência nosso trabalho se torna mais útil e proveitoso para a própria Igreja e todos ganham com isso.

2.4 - No Exercício do Apostolado - O exercício do apostolado leigo só é possível na prática constante da fé, esperança e caridade, em outras palavras, exige que ele seja antes de tudo um 'Amigo de Deus', afinal este apostolado só será fecundo se estiver intimamente ligado com Jesus Cristo.

Nossa missão como leigos é a mesma da Igreja: ser sal na terra e luz no mundo. Portanto não podemos ter comportamentos diferentes em cada situação de nossa vida, dentro da Igreja e em nossa vida civil. Dessa vivência consciente o apostolado dos leigos completa-se mutuamente com o ministério pastoral da Igreja.

3 O AGIR FUNDAMENTADO - Cada vez mais evidentemente podemos perceber a necessidade de uma formação sólida e abrangente do povo de Deus para favorecer a maturação dos católicos nos diversos aspectos de sua vida: doutrinal, apostólico, social, espiritual e humano.
"Percebe-se, então, com urgência, a necessidade de um anúncio forte e de uma sólida e profunda formação cristã. Como é grande, hoje, a necessidade de personalidades cristãs amadurecidas, conscientes da própria identidade batismal, da própria vocação e missão na Igreja e no mundo".
Christifideles Laici, 57
Porém, temos que ter um cuidado, principalmente nós formadores e formadoras. A formação não pode ser confundida com a transmissão de conteúdo nem com uma ação educativa acadêmica, intelectualizada, na tentativa de nivelar leigos e clérigos. Ela é tanto mais eficaz quanto for mais aberta a ação de Deus e quanto mais rica em testemunho, embora não possamos de forma alguma prescindir as técnicas e os conhecimentos humanos. A isso nós chamamos de tripé de uma boa pregação/ formação.

É responsabilidade do movimento formar seus membros e, consequentemente, cabe a nós formadores da RCC formarmos os membros de nosso movimento. A formação precisa:

a) Ser programada e sistemática, não apenas ocasional;
b) Ligar o aspecto antropológico e o teológico;
c) Ser orientada para formar transformadores sociais;
d) Ser integrada tendo como base os problemas e perguntas dos leigos, para oferecer-lhes resposta de como ser uma presença cristã no mundo;
e) Desenvolver a capacidade de comunicação e de diálogo;
f) Ser diversificada, adaptada as funções e situações dos cristãos leigos.

Falando a RCC, São João Paulo II vai dizer na Conferência Mundial da RCC em 1998:
"Vocês pertencem a um movimento eclesial: a palavra eclesial implica numa tarefa precisa de formação cristã, envolvendo uma profunda convergência de fé e vida. A fé entusiástica, que dá vida às suas comunidades deve ser acompanhada por uma formação cristã que seja abrangente e fiel ao ensinamento da igreja. De uma formação sólida surgirá uma espiritualidade profundamente enraizada nas fontes da vida cristã e capaz de responder às perguntas cruciais colocadas pela cultura de nossos dias".

5 CONCLUSÃO

Glória a Deus! Terminamos mais uma apostila do Módulo Básico e como estou empolgado com a participação de todos vocês no blog. Nosso próximo passo é terminarmos o Módulo Básico fazendo os resumos e os slides de Doutrina Social da Igreja. Porém, já penso no que faremos após esta apostila. O que vocês acham? Qual material vocês gostariam de ver em seguida?

a) Formação Humana;
b) Formação de Formadores;
c) Explicação dos encontros da Fase Querigmática;
d) Formação de Coordenadores;
e) Formação de Ciclo Carismático de Oração.

Por favor, opinem nos comentários para que possamos orar e preparar nossos próximos passos, juntos!

Um grande abraço a todos!
"Se tem o dom de ensinar, que ensine!"


segunda-feira, 24 de abril de 2017

Slide - Apostila MB 7 - Igreja - Capítulo 5

Paz de Jesus irmãos e irmãs!
Que Deus nos abençoe e nos ensine a viver os sacramentos!

Indo agora para o nosso quinto capítulo da apostila do módulo básico 'IGREJA', vamos agora falar sobre 'A Economia Sacramental', assunto já abordado na apostila 'Santidade' (não viu? Clique aqui). Por isto, faremos de forma breve este ensino mas não deixando nada de importante faltar, combinado?

Precisamos ter sempre em mente 4 características fundamentais:
1 - É um sinal sensível, ou seja, podemos perceber pelos sentidos;
2 - É sinal sensível de outro sinal de outra realidade (graça);
3 - Foram instituídos pelo próprio Jesus Cristo, na sua vida terrena;
4 - Tem eficácia sobrenatural para produzir a graça para quem o recebe.


1 A GRAÇA - Os Sacramentos concedem a graça santificante. Graça quer dizer que gratuitamente somos colocados diante da misericórdia, consolo, amizade, do belo, enfim, diante do próprio Deus.

Deus, em sua infinita misericórdia, nos concede a salvação em Jesus Cristo, porém isto requer de nós duas atitudes: crer no Salvador e viver pelo Salvador. Porém para que possamos viver na graça precisamos romper com nossos impulsos naturais e concupiscência e isto não conseguimos sozinhos. Precisamos do auxílio de Deus para vivermos em Deus. Este auxílio gratuito de Deus para vencermos o nosso natural e alcançarmos o fim sobrenatural que Deus nos chama damos o nome de graça.



A graça é alcançada não por nossos méritos, mas pelos de Cristo, em sua Paixão, Morte e Ressurreição. Pode ser:
a) Habitual ou Santificante - Dom permanente que fica inerente à alma. Recebemos pelos sacramentos e vai aumentando a medida que o recebemos, porém, mesmo ficando inerente devido ao pecado mortal, pode ser recuperada pelo sacramento da Penitência.

Pela graça santificante temos os nossos pecados perdoados e retomamos a nossa semelhança e imagem com Deus. Produz também em nossas almas a vida sobrenatural, a vida em Deus e comunica este mérito sobrenatural aos nossos atos.

Para que os efeitos acima aconteçam em nossa vida, é necessário que estejamos primeiramente em estado de graça, longe do pecado mortal. Além disso, nossa atitude precisa ser de reta intenção e de livre e espontânea vontade.

b) Atual - Dom transitório que depende de alguma faculdade da alma. Também chamamos de graça de estado, quando Deus nos confia a graça em determinado momento para vencermos uma situação, como as tentações, defesa da fé católica, evangelização, orar uns pelos outros, etc. Está intimamente ligada a graça santificante.

2 A LITURGIA - É uma manifestação pública em que os homens se reúnem para prestar culto a Deus. Sendo um memorial da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, os homens se exprimem por meio de gestos, enquanto o Rito é marcado por sinais que foram inclusos não arbitrariamente, mas conforme o discernimento da Igreja. Portanto, o Rito Litúrgico é eclesial e não particular, pertence a todos e não ao indivíduo.

3 OS SACRAMENTOS DA IGREJA - Como já aprofundamos no estudo dos Sacramentos na apostila de Santidade, preferi listar abaixo os pontos importantes sobre os 7 Sacramentos da Igreja. Reforço que o assunto é tratado em 1 das 4 partes do Catecismo da Igreja Católica e de forma alguma este post liquida ou define o assunto. Aprofunde você também lendo sobre a Doutrina dos Sacramentos.


SACRAMENTO
MATÉRIA
FORMA
SUJEITO
MINISTRO
EFEITOS
BATISMO
Água Natural
“<Nome do Batizando>, eu te batizo em Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”
Toda pessoa viva e não batizada
O bispo, sacerdote ou diácono (extraordinariamente qualquer batizado)
Justificação;
Graça Sacramental;
Imprime caráter;
Remissão das penas devidas do pecado.
CONFIRMAÇÃO
Unção do Crisma e imposição das mãos
“Eu te marco com o Sinal da Cruz e te confirmo com o Crisma da Salvação, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.”
“<Nome do crismando>, por este sinal, recebe o Espírito Santo, dom de Deus”
Toda pessoa viva, batizada e que não tenha recebido a Confirmação
O Bispo (extraordinariamente um sacerdote por ele delegado)
Aumento da Graça Santificante;
Graça Sacramental;
Imprime caráter;

EUCARISTIA
Pão Ázimo e vinho da videira
“Tomai todos e comei: isto é o Meu Corpo que será entregue por vós. Tomai todos e bebei: isto é o Meu Sangue, o sangue da nova e eterna aliança que será derramado por vós e por todos para a remissão dos pecados. Fazei isto em memória de mim.”
Todo batizado que esteja em estado de graça e ter a intenção reta de procurar a união com Deus
Sacerdote Ordenado
Aumento da Graça santificante;
Graça Sacramental;
Perdão dos pecados veniais;
Herança da vida eterna.
PENITÊNCIA
Atos do penitente
“Eu te absolvo dos teus pecados, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.
Todo batizado que tenha cometido pecado venial ou mortal após o batismo.
Sacerdote Ordenado
Infunde a Graça Santificante perdida por meio do pecado mortal;
Perdão de todos os pecados;
Restituição das virtudes e méritos.
UNÇÃO DOS ENFERMOS
Óleo de Oliva abençoado na Quinta-feira Santa pelo Bispo (extraordinariamente, pelo ministro no ato do sacramento)
“Por esta Santa Unção e pela sua piíssima misericórdia, o Senhor venha com teu auxílio com a graça do Espírito Santo, para que, liberto dos teus pecados, ele te salve e, na Sua bondade, alivie os teus sofrimentos”.
Todo batizado que atingiu o uso de sua razão, que se encontre doente ou em risco de vida.
Sacerdote Ordenado
Aumento da Graça Santificante;
Graça Sacramental específica;
Saúde física quando conveniente a salvação da alma;
Perdão dos Pecados veniais e remissão das penas do Purgatório;
Perdão dos pecados mortais, indiretamente quando não for possível administrar a Penitência.
ORDEM
Imposição das Mãos
Oração Consacratória conforme o grau hierárquico
Batizado do sexo masculino, vocacionado, em estado de graça, idade prevista no CDC, cartas dimissórias e ciência suficiente.
Bispo
Caráter indelével;
Poder sobrenatural;
Graça Sacramental;
Aumento da Graça Santificante.
MATRIMÔNIO
Os noivos e suas palavras pronunciadas
Aceitação mútua manifestada exteriormente
Qualquer batizado, com gozo da razão e sem qualquer impedimento
Os próprios noivos, sendo o ministro da Igreja a testemunha qualificada
Aumento da Graça Santificante;
Graça Sacramental.

4 CONCLUSÃO

Nossa Igreja é riquíssima e nossa Doutrina maravilhosa. Como é bom aprofundar nestes temas.


No próximo capítulo falaremos do papel do leigo na Igreja e finalizaremos nossa penúltima apostila do Módulo Básico de Formação. Você não pode ficar de fora desta!!! E não se esqueça: seja um propagador do Processo Formativo da RCC, um verdadeiro guardião da identidade!

Um grande abraço a todos!
"Se tem o dom de ensinar, que ensine!"